junho 23, 2008

Rescrever

Quando algo que eu escrevi não corre como eu quero o que devo fazer?
Rasgar a folha e começar de novo?
Deixar estar a folha para me rir mais tarde das asneiras que fiz?
Ignorar?
Eu não quero ficar com um caderno de 50 páginas reduzidas a três ou a quatro só porque não estive de acordo com as minhas previsões.
Quando escrevo e não me sai é como se tivesse perdido algo de mim. Por isso prefiro não arrancar e deitar ao lixo.
Não me quero perder.
Quero me lembrar quem já fui.
E também para quê rasgar? Quando sabemos de cor e salteado cada palavra que escrevemos...
Por mais que tente esquecer, há de sempre ficar na minha cabeça aquilo que fiz, o que não fiz e o que devia ter feito.

3 comentários:

Ana P. disse...

Rescrever. Por momentos perguntei-me se não estaria a ler algo que eu própria tinha escrito. Identifiquei-me.


(Obrigada!)

Ana disse...

Acho que o desenho do naufrágio foi uma forma de vir a tona :)

Já agora, como em tudo, antes da versão final é mais seguro o rascunho. Às vezes são mais importantes ou divertidos que o resultado e devem constar do caderno, para que sejam visíveis as linhas mestras.

Leonor disse...

tudo o que escrevi até agora está num caderno todo riscado e, o que consta lá é diferente do produto final. mas mesmo assim não deixo de gostar menos dos rascunhos. está lá tudo o que originou a escrita e não o processo pensado do depois.